Bancos mantêm segundo lugar em valor de mercado

Data Original: 14/03/2001
Postado em: 13 de outubro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Estadão - Reportagens

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O setor bancário se conso­lidou na vice-liderança em termos de valor de mercado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), des­bancando de vez as empresas elétricas. Um estudo feito pela Econo­mática (www.economatica.com.br) mostra que o conjunto das instituições financeiras ocu­pava em 1996 a terceira posi­ção no ranking, com valor de mercado de US$ 22,916 bi­lhões. Ficava atrás apenas das em­presas de telecomunicações, com US$ 44,742 bilhões, e das energéticas, com US$ 37,911 bi­lhões.

O quadro mos­trou as primeiras alterações dois anos depois, em 1998, quando os bancos assumi­ram a segunda colocação, com valor de mercado de US$ 24,975 bilhões, e as elétricas caíram para o terceiro lugar, com US$ 19,709 bilhões. Em 1999, a diferença se am­pliou, com o setor de eletricida­de perdendo o terceiro lugar pa­ra petróleo (Petrobrás), com US$ 27,926 bilhões. No ano passado, a distância entre esses dois segmentos de­monstra a consolidação e am­pliação. Os bancos chegaram a US$ 31,901 bilhões, com as elé­tricas em US$ 16,373 bilhões. Uma diferença de US$ 15,5 bi­lhões (94,8% ), ante US$ 11,211 bilhões em 1999. O cálculo da Economática baseou-se nas cotações de 31 de dezembro de cada ano.

Para compor o valor de mercado, considerou-se o preço de fecha­mento da ação mais líquida de cada empresa, multiplicando-o pela quantidade total de papéis emitidos. Para especialistas, essa con­solidação reflete o ganho de im­portância das instituições finan­ceiras na Bolsa. Pela análise, os bancos possuem base sólida de ativos, além de estarem bem es­truturados e capitalizados. “Os números refletem a efi­ciência do setor, sua grande ca­pacidade de adaptação”, afir­mou o chefe de análise da Itaú Corretora, Reginaldo Alexan­dre. Segundo ele, os bons resulta­dos de 2000 divulgados pelas instituições financeiras mos­tram que elas não tiveram pro­blemas na busca por novas fon­tes de receita, após a redução dos juros e o controle da infla­ção. A perda de participação das elétricas, por sua vez, encontra explicação na pri­vatização do se­tor. Os analistas lembram que al­guns papéis tive­ram valorização expressiva antes da venda das companhias.

Quando assumi­ram a administração de novos controladores fizeram ofertas de recompra das ações, dimi­nuindo sua presença em Bolsa, nos chamados “fechamentos brancos” de capital. Na opinião de especialistas, será difícil uma alteração, pelo menos no curto prazo, do qua­dro apresentado no ano passa­do. “Os bancos tendem a ter va­lor de mercado menos reduzi­do que os outros setores, pois es­tão consolidados e não pos­suem produtos cíclicos, que po­dem sofrer com a sazonalida­de”, comentou um analista de um banco estrangeiro.

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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