Minoritários devem contestar acordo entre Ternium e Usiminas

Data Original: 02/12/2011
Postado em: 31 de outubro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Estadão - Reportagens

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Investidores estão se articulando para tentar obrigar a Techint a oferecer aos minoritários da Usiminas condições semelhantes às usadas para adquirir 27,7% das ações ordinárias da siderúrgica que fazem parte do bloco de controle. “Tem uma movimentação para exigir o tag along”, disse ontem o presidente executivo da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Apimec), Edison Garcia.

Pelos termos da operação anunciada no domingo, a Ternium, controlada da Techint, vai pagar R$ 36 por ação ordinária da Usiminas junto com sua subsidiária argentina Siderar e a brasileira Tenaris Confab – um prêmio superior a 80% sobre o valor de fechamento do papel na Bovespa na última sexta-feira.

Esse lote de ações foi vendido por Camargo Corrêa e Votorantim, que formavam, com a japonesa Nippon Steel e a Caixa dos Empregados da Usiminas, o bloco de controle da siderúrgica. A opção de pagar preço equivalente pelas ações dos minoritários não foi oferecida.

Segundo Garcia, uma linha de contestação vai pedir que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considere a operação com características semelhantes às da ArcelorMittal, que foi obrigada pelo órgão regulador a fazer oferta pública aos minoritários da Arcelor Brasil, em 2007.

Contestação. O presidente da regional paulista da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), Reginaldo Alexandre, confirmou que minoritários estão discutindo alternativas para exigir o que consideram seus direitos no negócio. “Os investidores estão avaliando como fazer, porque a operação toda tem uma estrutura legal que precisa ser analisada”, disse. “Mas o negócio todo é um prato cheio para contestação.”

Embora entendam que a operação é lesiva aos minoritários, representantes do setor mostram visões distintas sobre o assunto e indicam que uma contestação formal do negócio pode demorar. Para o gestor de renda variável da Opus Gestão de Recursos, Mauro Cunha, há poucas chances de a CVM dar parecer similar ao da ArcelorMittal no caso Ternium-Usiminas, embora entenda também que os minoritários deveriam ter direito a tag along.

Para a Usiminas, os minoritários não têm direito ao tag along porque não houve mudança do bloco de controle, apenas a troca de integrante dentro do bloco. “Nossa avaliação é que o grupo de controle continua o mesmo”, disse na segunda-feira o presidente da Usiminas, Wilson Brumer.

De acordo com Alexsandro Broedel Lopes, diretor da CVM, a proposta da Ternium por um pedaço da Usiminas ainda não chegou ao órgão regulador, que pode intervir na operação se entender que há alguma irregularidade, mesmo que não haja uma queixa formal dos acionistas minoritários.

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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