Papéis da Copene reagem a alta de 2%. O mercado financeiro vê boas perspectivas com a reestruturação do setor petroquímico, em especial a mudança de controle do setor no pólo de Camaçari,
na Bahia. As 100 ações preferenciais do tipo A da o Copene subiram 2,02% na sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No mês, os papéis da companhia acumulam alta de 27,24%.
Reginaldo Alexandre, analista da BBA-lcatu Corretora, que recomenda a compra das ações, avalia que, com base no fluxo de caixa desconta- do, “o retorno das operações da empresa configura um valor maior em relação ao que os papéis estão sendo negociados”. Alexandre lembra que o setor passou por um ciclo de baixa após 1995, que se prolongou até o final de 1998. Os preços das matérias-primas petroquímicas estavam em baixa no exterior e, no mercado interno, a moeda estava sobrevalorizada.
“Essas duas condições não mostravam um cenário muito bom”, diz. Como o setor é completamente dolarizado, afirma, esses fatores fizeram com que as importações disparassem. “O saldo comercial negativo de todo o setor químico- pulou de US$ 1,2 bilhão em 1991 para US$ 6 bilhões em 1998.” Com a desvalorização do real, as perspectivas mudaram. As importações tiveram o preço elevado e as importações vêm caindo. “A importação que deixa de ser feita constitui-se num mercado para os produtores locais, que podem reajustar preços.” Diante dessas mudanças, as ações das petroquímicas estão reagindo. De janeiro até quinta-feira, os papéis preferenciais da Petroquisa acumulam alta de 329%. No período, as ações PN da Copene subiram 282%.
As PNs da Trikem acumulam ganhos de 500%, segundo dados da Economática. Alexandre também recomenda a compra dos papéis preferenciais da Ultrapar, do grupo Ultra, uma das participantes da reestruturação. Tanto na área de gás como na óxido de eteno, da qual é a única fabricante no País, pela Oxiteno, o analista vê boas perspectivas. As ações PN da empresa caíram 3,67% na sexta-feira, mas ele diz que seu “preço-alvo” era US$ 16,50 naquele dia, diante do fechamento a US$ 10,85 dos ADRs em Nova York. “Há um potencial de alta de 52%.”