Petrobras caminha para o Nível 2 da bolsa e anima analistas do mercado

Data Original: 14/02/2002
Postado em: 15 de dezembro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Os analistas que acompanham o desempenho das ações da Petrobras estão otimistas com a possível mudança no estatuto da companhia anunciada através de fato relevante. A Petrobras decidiu convocar uma assembléia geral de acionistas para 22 de março com o objetivo de reformar o estatuto social e propor a adoção de regras de governança corporativa que possibilitem o ingresso da companhia no Nível 2 da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Na opinião do chefe de análise da Itaú Corretora, Reginaldo Alexandre, a posição da Petrobras é bastante positiva e reitera a recomendação de compra para as ações da companhia. “Estamos revisando nossas projeções, mas as ações da Petrobras devem superar a variação do Ibovespa no longo prazo”, diz.

A entrada da Petrobras no Nível 2 poderá dar mais segurança para o mercado e para os acionistas minoritários, na avaliação do analista Cleomar Parisi Jr., do Unibanco Research.

“Se as mudanças forem aprovadas haverá mais garantias de que a companhia não sofrerá com eventuais interferências políticas”, diz.

Outro fato positivo para a Petrobras, segundo os analistas, foi o reconhecimento do erro no pagamento de dividendos aos investidores isentos de tributação, nos exercícios de 1998, 1999 e 2000. A Petrobras comunicou através de fato relevante que fará a complementação dos dividendos a esses acionistas, no total de R$ 214 milhões.

Segundo Alexandre, da Itaú Corretora, a empresa está investindo no fortalecimento das relações de transparência. “A Petrobras está procurando resolver as contingências que possam gerar uma contestação por parte dos acionistas no futuro”, diz.

De acordo com o advogado Ricardo de Santos Freitas, que encaminhou uma representação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no ano passado questionando a forma adotada na época pela Petrobras no cálculo de remuneração aos acionistas, a decisão beneficia todos os investidores da empresa, inclusive as pessoas que compraram ações na operação de pulverização em agosto de 2000.

Mas segundo Freitas, apenas os investidores que continuam com a aplicação devem receber algum valor. “A interpretação da lei é a de que os fundos foram lesados e não os cotistas individualmente”, diz.

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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