Usiminas muda critérios de reembolso a acionistas

Data Original: 13/04/2011
Postado em: 17 de dezembro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Reportagens - Valor Econômico

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A siderúrgica Usiminas quer modificar o critério de apuração do valor de reembolso a ser pago aos acionistas que quiserem deixar de ter ações da empresa. A proposta de alteração será apresentada em assembleia geral de acionistas, prevista para amanhã.

Hoje, pelo estatuto da siderúrgica, a Usiminas é obrigada a recomprar ações de acionistas pagando o equivalente ao chamado valor econômico, com avaliação de três peritos ou empresa especializada, indicados por voto de maioria dos acionistas em assembleia, independentemente da espécie ou classe de ações.

Agora, a Usiminas quer que o valor corresponda ao valor de patrimônio líquido apurado na última demonstração financeira.

A siderúrgica alega que o prazo para a realização da assembleia geral para escolha dos peritos e para a elaboração do valor do reembolso pode trazer prejuízos para a empresa, fazendo com que “a conclusão de determinada operação ficasse suspensa por um longo período de tempo”, até que houvesse uma definição sobre o valor a ser pago aos acionistas.

Segundo a proposta, “o direito de retirada apresenta natureza excepcional, uma vez que o seu exercício pode colocar em risco a saúde financeira da sociedade, além de impedir ou dificultar a implementação de deliberações necessárias ao desenvolvimento da companhia”.

O código de melhores práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) sugere o valor econômico para retirada.

“A decisão da Usiminas é um retrocesso”, diz Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec São Paulo. “O valor econômico é considerado mais justo porque é o melhor representativo do valor presente dos fluxos de caixa e benefícios futuros gerados pela empresa”, ressalta Alexandre.

Procurada pela reportagem, a empresa informou por meio da assessoria que “reitera que a proposta visa preservar o interesse da companhia e, portanto, de seus investidores”.

Os acionistas da Usiminas vão deliberar ainda sobre outros dois temas relevantes na assembleia de amanhã. Um deles é a proposta de criação de um plano de opção de compra de ações para seus executivos e empregados. O plano prevê a outorga de até 7,2 milhões de opções, equivalentes a 0,7% do capital, ao longo de cinco anos.

Uma segunda medida apresentada pela diretoria pretende incluir no estatuto um limite de capital autorizado, pelo qual será possível fazer emissões de novas ações preferenciais – da mesma classe já existente – somente por deliberação do conselho de administração. Além de viabilizar a emissão de ações para o plano de opções, esse limite, de 50,7 milhões de papéis, equivalente a mais de R$ 900 milhões pela cotação de ontem, dará agilidade num eventual aumento de capital da empresa. (Colaborou Fernando Torres)

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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