O novo analista-chefe da Corretora Itaú, Reginaldo Alexandre, acredita que a frustração com o desempenho do mercado de ações neste ano abriu espaço para a obtenção de retornos acima da renda fixa nos próximos 12 meses. “Criou-se um potencial de alta relevante.” No acumulado de 2000, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) mostra perda de 13%. O resultado é bem diferente do panorama traçado por especialistas no início do ano, quando se previa uma alta de 3o%.
Para Alexandre, a crise da Argentina e as preocupações com o dólar e o preço do petróleo não neutralizam a possibilidade de alta das cotações – apesar de deixarem o mercado acionário menos atrativo. “Quando essa nuvem negra passar, deve-se observar a volta do investidor estrangeiro e dos grandes nacionais, o que deve acontecer até meados de 2001”, afirmou.
Olhando para o cenário interno, Alexandre acredita que a estimativa de alta de 4% do PIB neste ano é suficiente para alavancar o mercado de ações. Com base nessa premissa, suas principal apostas são os setores que tem o desempenho atrelado ao aquecimento econômico alimentos, bebidas, varejo e construção civil. Como a equipe de Alexandre é recém formada, ainda não foram feitas recomendações para empresa específica dentro de cada um desses setores. Mas. existe uma avaliação positiva geral para as áreas. As siderúrgicas também deve- ser beneficiadas pela expectativa de crescimento econômico. Nesse segmento o analista recomenda Gerdau – “bem posicionada aqui e lá fora” – e Usiminas, já que o setor automobilístico no qual atua, começa a mostrar recuperação.
O setor de telecomunicações não está fora da lista da Corretora Itaú. Um dos destaques são as ações da Telemar-Rio (ex-Telerj). ” Hoje ela é o patinho feio do setor” disse. “Mas, os indicadores operacionais devem melhorar significativamente nos próximos anos.”