Em meio ao cenário de indefinições traçado no mercado financeiro internacional e doméstico, especialistas sugerem a redução da exposição ao risco nas aplicações em renda variável. Mas, para quem tem sangue frio para suportar a volatilidade e visão de longo prazo, é possível garimpar papéis com bom potencial de valorização.
O coordenador de Análises da Itaú Corretora, Reginaldo Alexandre, aposta fichas nas empresas exportadoras, porém não de maneira generalizada. “O porto seguro está em exportadoras que não sofram com o desaquecimento da economia mundial, como as do setor de celulose, cuja queda de preços no exterior está dentro da sazonalidade e é compensada pela elevação do dólar.” Ações de companhias autosuficientes em termos de energia, como a VCP e a Aracruz, também são opções a serem consideradas, assim como as que aprenderam a gerenciar crises, como os bancos.
“Vejo oportunidade nos papéis da Confab, com os projetos de termoelétricas, mas também não deixaria de olhar para setores que tiveram queda acentuada de preços, como a Usiminas.” Para o analista da Corretora Socopa Daniel Lemos, a Telerj é uma excelente aposta, por causa do espaço que ganhará na reestruturação do grupo Telemar.
“E o principal investimento da Telemar e vai ganhar liquidez depois da reestruturação.” O analista indica a compra do papel, para o qual projeta preço-alvo de R$ 97,74 em 12 meses. A Brasil Telecom, mesmo em meio ao conflito entre os acionistas, também é recomendada. “Nossa aposta é de que o conflito está chegando ao fim, pois a empresa está com as metas atrasadas e a Telecom Itália tem interesse em resolver a questão”, estima Lemos, que projeta preço-alvo de R$ 34,38 em 12 meses.