Apimec: Nota explicativa clara e precisa é crucial para 92% de analistas

Data Original: 02/12/2006
Postado em: 28 de outubro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Empresas que trazem explicações claras e precisas em suas notas explicativas de balanços atendem à principal demanda do mercado quando o assunto é decisão de investimento. A conclusão é um dos resultados de uma pesquisa feita pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) sobre “Poison Pills eOutras Questões de Governança Corporativa”. Composta por nove questionamentos, a consulta feita pela regional de São Paulo foi respondida por 152 profissionais, entre 27 de outubro e 16de novembro últimos.

As explicações claras e precisas são consideradas o item mais importante para uma decisão de investimento por 92% dos analistas. Em seguida, a freqüência de reuniões públicas com o mercado foi considerada mais importante por 88% do total (podiam ser assinaladas uma ou mais alternativas). Os profissionais também olham o disclosure de itens societários, como a remuneração de administradores, lista de acionistas e publicação de protestos de minoritários nas atas de assembléias (69%). O fornecimento de guidance com atualizações freqüentes é citado por 57% da amostra e outros 56% comentam a antecedência na divulgação de demonstrativos financeiros como relevante.

A pesquisa também mostra que, embora o mercado já olhe com freqüência para questões como tag along e poison pills, não é maciço o número de analistas que privilegia empresas com maior grau de transparência por estarem no Novo Mercado ou, mesmo não estando, seguem regras semelhantes. Do total de profissionais, 63% considera a questão apenas em seu aspecto qualitativo, sendo que 20% desconsidera esses aspectos por não haver métrica nem demanda de clientes. Outros 17% consideram a questão indiferente, “pois o que vale são as perspectivas setoriais e de resultados”.

Para os analistas, entre as faltas graves de transparência e disclosure que podem ser cometidas por uma companhia estão os guidances errôneos para incentivar o preço do papel, ou a ausência de menção a riscos e ou cláusulas que possam vir a afetar a percepção sobre as empresas ou os resultados.

Quanto às poison pills, 88% dos analistas dizem que observam a existência ou não dessa cláusula em empresas com controle pulverizado, e depois alertam os investidores. Outros 56% acreditam que as restrições ao poder de voto, quando existem nessas corporações, contribuem positivamente para sua decisão de investimento. No caso do tag along, 54% dizem que o fato de uma empresa possuir PN com tag along, mas ainda sem direito a voto, é relevante e interfere na decisão de investimento. O porcentual do tag along concedido é considerado importante por90% da amostra.

Na pesquisa, 65% dos profissionais revelam que faz diferença na avaliação o fato de uma emissão de ações ser primária ou secundária. Entre os comentários sobre o tipo de lançamento, alguns dizem que “ofertas secundárias às vezes podem ser saídas dos controladores por falta de interesse na empresa, que pode ter perspectivas negativas” ou ainda indicar que o preço da ação está bom para os controladores. Já as primárias indicam normalmente que a empresa está com projetos de crescimento mas, por outro lado, podem diluir capital e não serem vantajosas para as empresas.

A pesquisa também mostra que as movimentações do free-float das companhias analisadas é acompanhada por 72% dos entrevistados. O estudo foi conduzido pelo diretor técnico da Apimec-SP, Reginaldo Ferreira Alexandre.

(Aline Cury Zampieri)

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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