Atual crise aproximou empresa de investidor

Data Original: 22/08/2011
Postado em: 31 de outubro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Estadão - Reportagens

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A crise afugentou milhares de investidores do mercado acio­nário, mas os que se mantive­ram na bolsa estão tendo uma atenção especial das empre­sas de capital aberto. Com o objetivo de se aproximar da pessoa física e atrair acionis­tas para o longo prazo, as com­panhias têm aumentado o nú­mero de encontros com ana­listas e investidores, e inova­do no relacionamento com o público.

Até o início de agosto, só em São Paulo, as empresas participaram de 53 reuniões na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimen­to do Mercado de Capitais (Apimec). No ano passado, ocorreram 41 encontros no mesmo período. O aumento é explicado em parte pelo ingresso de novas companhias na bolsa neste ano e no total, foram 11). Por lei, a empresa é obrigada a fazer pelo menos uma “reunião Apimec” por ano. Em geral, o que se via até o momento eram encontros com pouca presença de pessoa física. Especialistas dizem, porém, que a crise produziu um maior interesse da pessoa física em co­nhecer a companhia e um empe­nho dessas empresas em se apre­sentar.

“As empresas têm se apresentado mais, a cada trimes­tre, por exemplo”, diz o presiden­te da Apimec-SP, Reginaldo Ale­xandre. “O que elas perceberam é que a transparência tem valor. Fi­cam mais bem vistas pelo merca­do”, afirma, ao explicar que nos encontros também compare­cem auditores e contadores, que influenciam na percepção de ris­co da companhia. “Sem dúvida, percebemos pelas perguntas que este ano o público está mais proativo”, diz o diretor de Rela­ções com Investidores da Coel­ce, Luiz Carlos Bettencourt, que realizou sua reunião na quinta­feira passada. Circuito de feiras. Para tentar atrair um público maior, as com­panhias também têm se desloca­do para onde muitos investido­res se reúnem, no circuito Expo­Money de apresentações sobre finanças e investimentos pes­soais. “Para a empresa é bom por­que ela se expõe para mais gente. Para a pessoa física, é uma expe­riência de aprendizado porque ela estará ao lado de analistas es­pecializados na companhia e no setor, que estão fazendo pergun­tas”, resume o diretor executivo de Negócios da GEO Eventos, RobertDannenberg, organizado­ra da feira.

Segundo Alexandre, da Api­mec-SP, há dez anos há um traba­lho de levar os encontros a cida­des fora do eixo Rio-São Paulo, mais um motivo para a parceria entre as empresas, a Apimec e a ExpoMoney. “Há cidades que não estavam estruturadas para receber o encontro.As empresas aproveitam a própria estrutura da feira”, diz Dannenberg. A ideia surgiu por uma iniciati­va do Itaú Unibanco. “Achamos que lá atendemos pessoas que não são leigas, tem algum conta­to ou interesse pelo mercado. Um público que vai desde o acio­nista e até o potencial investi­dor”, diz o superintendente de RI do banco, Geraldo Soares. Das 13 cidades no circuito da ExpoMoney, o banco fechou um pacote de encontros em sete.

O Itaú Unibanco já realizava as reu­niões nesses locais, mas pretende aumentar o público com afeira, algo que tem conseguido. “A frequência nessas cidades subiu 165% em média”, conta. Soares lembra o caso de Goiânia, por exemplo, onde ocorrem encon­tros há oito anos. “Em média, compareciam 100 pessoas. Com a ExpoMoney este ano, foram 492.

Potencializa a mensagem que a empresa quer transmitir.” Nas 22 reuniões do ano passado, foram 2.500 participantes, nú­mero que já foi ultrapassado pe­las 2.800 pessoas nas 15 reuniões realizadas em 2011 até agora. A pessoa física é vista como um público potencial já que no longo prazo os investimentos de­vem aumentar se o juro da renda fixa diminuir. O público já repre­senta 22% da Bovespa. As reu­niões Apimec são públicas e gra­tuitas. Para participar, basta fa­zer uma inscrição no próprio si­te da Apimec ou, no caso das fei­ras, no próprio local do evento. Por Yolanda Fordelone

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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