Formação de analistas dispara e começa a reduzir defasagem brasileira

Data Original: 04/05/2010
Postado em: 16 de dezembro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Reportagens - Valor Econômico

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Historicamente, o mercado de trabalho para analistas é considerado “dinâmico”. É um eufemismo para explicar que momentos de crise, ou de consolidação no setor, resultam rapidamente em demissões. Mas entre 2008 e 2009, apesar da crise financeira internacional e de fusões entre bancos, que afetaram os níveis de emprego, a área continuous atraindo interessados.

O número de certificados emitidos pelo Instituto Brasileiro de Certificação do Profissional de Investimento (IBCPI) continuous a crescer. Pulou de 54, em 2007, para 142, no ano seguinte, e outros 198 em 2009.

Reginaldo Alexandre, president da seção paulista da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), tem uma explicação para o fenômeno. “O segmento de análise no Brasil está defasado em relação a outras áreas do mercado financeiro.”

A bolsa cresceu, e junto aumentou a demanda por analistas especializados. Com 20 anos de carreira, o presidene da Apimec-SP lembra-se da época em que o mesmo professional cobria mais de dois setores simultaneamente. Havia poucos setores representados na bolsa e, dentro desses, poucas empresas. “Os eventos vieram em cadeia. Crescimento no volume negociado após 2003; aumento forte no número de companhias abertas desde 2005; e, por ultimo, a especialização dos analistas.”

Carlos Firetti, do Bradesco, concorda. “O atraso em cobrir setores novos na bolsa, como saúde, está mais para característica do que para falha. É preciso de dois a quarto anos para transformer um assistente em analista.” Há, entretanto, um atalho. Corriqueira em mercados mais maduros, a contratação de profissionais vindos da indústria a ser coberta ganhou força nos últimos anos. Dos 25 analistas do HSBC, ao menos quatro carregam no currículo passagens pelo setor que posteriormente vieram a cobrir.

No Itaú Unibanco, são oito os analistas convertidos. Bruno Mendonça, por exemplo, cobre telefonia e veio da Vivo; Marcos Severine prestava consultoria para empresas de energia elétrica antes de cobrir o setor. “E a Paula Kovarsky, mundiamente respeitada, fez carreira na Shell e hoje acompanha petróleo”, orgulha-se Carlos Constantini, chefe da área de análise do banco, que indica a especialização em setores novatos na bolsa como o caminho para profissionais em formação. Os mais recentes entrants no mercado de capitais no país são os setores sucroalcoleiro, saúde, educação, concessões rodoviárias e energia eólica.

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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