O analista Thomas Souza, da Merrill Lynch, acredita que 1999 será um dos piores anos para a siderurgia desde a privatização do setor. Segundo ele, além da economia doméstica estar em recessão, os países consumidores do aço brasileiro estão fechando as portas. Souza observa que os Estados Unidos, a Ásia e a Argentina vêm adotando uma posição protecionista contra o aço brasileiro. “Além disso, os preços internacionais estão depreciados, em níveis inferiores aos do ano passado”, lembra. Souza prevê queda de 10% nas vendas das usinas de aço plano.
Ele não recomenda a compra de ações de nenhuma das companhias do segmento. As principais empresas de aço plano na Bolsa são a CSN, CST e Usiminas. Souza tem boa expectativa para o segmento de aços longos, voltado para a construção civil e representado em bolsa principalmente pela Gerdau. Segundo ele, o crescimento do mercado agrícola este ano também é favorável à empresa.
O pessim;smo para o desempenho das siderúrgicas em 1999, no entanto não se vem refletindo na Bolsa. Ao contrário, as principais ações do setor apresentam resultado bem superior ao Ibovespa. O melhor desempenho em termos de rentabilidade é das ações PN da CST, que renderam 201,38% desde o início do ano, até dia 28. O segundo maior retorno foi das ações PN da Gerdau, que valorizaram 174,44% no período: Usiminas PNA subiu 98,50% e CSN ON, 32,59%. O Ibovespa acumuln alta de 64,02% no período. Em termos de volume de negócios, as ações da CSN ficaram na frente, com R$ 233,803 milhões. Usiminas PNA vem em seguida, com R$ 224 milhões. Gerdau movimentou R$ 79,516 milhões e CST, R$ 61,780 milhões. O analista do BBA Creditanstalt Reginaldo Alexandre vem recomendando a compra das PNAs da Usiminas desde que o papel estava cotado a R$ 2,35. Ontem, às 14h50, a ação já valia R$ 5,36. Em seu último relatório, de 23 de março, Alexandre indicava preço alvo de R$ 4,00 para a ação. Mas ele está refazendo a projeção e já calculn um novo potencial de valorização. “Refizemos a projeção com taxas menores para o risco Brasil e vimos que ainda há espaço para o papel subir”, diz. (S.A.)