Será o pior ano desde a privatização, diz analista

Data Original: 30/04/1997
Postado em: 29 de setembro de 2016 por: Reginaldo Alexandre
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Estadão - Reportagens

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O analista Thomas Souza, da Merrill Lynch, acredita que 1999 será um dos piores anos para a si­derurgia desde a privatização do setor. Segundo ele, além da econo­mia doméstica estar em recessão, os países consumidores do aço bra­sileiro estão fechando as portas. Souza observa que os Estados Unidos, a Ásia e a Argentina vêm adotando uma posição protecionis­ta contra o aço brasileiro. “Além disso, os preços internacionais es­tão depreciados, em níveis inferio­res aos do ano passado”, lembra. Souza prevê queda de 10% nas vendas das usinas de aço plano.

Ele não recomenda a compra de ações de nenhuma das compa­nhias do segmento. As principais empresas de aço plano na Bolsa são a CSN, CST e Usiminas. Souza tem boa expectativa pa­ra o segmento de aços longos, vol­tado para a construção civil e re­presentado em bolsa principal­mente pela Gerdau. Segundo ele, o crescimento do mercado agríco­la este ano também é favorável à empresa.

O pessim;smo para o desempe­nho das siderúrgicas em 1999, no entanto não se vem refletindo na Bolsa. Ao contrário, as principais ações do setor apresentam resulta­do bem superior ao Ibovespa. O melhor desempenho em ter­mos de rentabilidade é das ações PN da CST, que renderam 201,38% desde o início do ano, até dia 28. O segundo maior retorno foi das ações PN da Gerdau, que valorizaram 174,44% no período: Usiminas PNA subiu 98,50% e CSN ON, 32,59%. O Ibovespa acu­muln alta de 64,02% no período. Em termos de volume de negó­cios, as ações da CSN ficaram na frente, com R$ 233,803 milhões. Usiminas PNA vem em seguida, com R$ 224 milhões. Gerdau movimentou R$ 79,516 milhões e CST, R$ 61,780 milhões. O analista do BBA Creditans­talt Reginaldo Alexandre vem re­comendando a compra das PNAs da Usiminas desde que o papel es­tava cotado a R$ 2,35. Ontem, às 14h50, a ação já valia R$ 5,36. Em seu último relatório, de 23 de mar­ço, Alexandre indicava preço alvo de R$ 4,00 para a ação. Mas ele es­tá refazendo a projeção e já calcu­ln um novo potencial de valoriza­ção. “Refizemos a projeção com ta­xas menores para o risco Brasil e vimos que ainda há espaço para o papel subir”, diz. (S.A.)

Sobre

Economista, com vinte anos de experiência na área de análise de investimentos, como analista, coordenador, organizador e diretor de equipes de análise, tendo ocupado essas posições, sucessivamente, no Citibank, Unibanco, BBA/Paribas, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Atuou ainda como analista de crédito corporativo (Citibank) e como consultor nas áreas de estratégia (Accenture) e de corporate finance (Deloitte). Hoje, atua na ProxyCon Consultoria Empresarial, empresa que se dedica às atividades de assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa.

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