As nuvens negras que se for­maram sobre o mercado de ações tiraram o norte dos espe­cialistas. Não há consenso para o rumo das cotações e ,ninguém se arrisca a prever o Indice da Bolsa de Valores (Ibovespa). Um fator principal torna as pro­jeções obscuras: a volatilidade provocada pela crise argentina. As turbulências do país vizi­nho, aliadas à crise energética e cambial, desconfiguraram o ce­nário cor-de-rosa traçado para a Bolsa no início do ano. Em janeiro, o lbovespa estava confortável em 15,4 mil pontos, e as estimativas do mercado apon­tavam para uma alta de 30% no ano – 20 mil pontos no fim de 2001. A previsão otimista do iní­cio do ano está praticamente des­cartada O lbovespa, que chegou a atingir 17 ,8 mil pontos em janeiro, caiu nesta semana ao nível mais baixo do ano, de 13,5 mil pontos.

As previsões para o PIB, que indicavam alta de 4,5%, fo­ram rebaixadas para 3%. Isso piora a expectativa de crescimen­to dos resultados das empresas. Analistas nem se arriscam a projetar um número para o lbo­vespa. “Qualquer estimativa .dessa ordem é mero palpite”, afirmou o analista chefe da Corretora Itaó, Reginaldo Alexandre. “Estamos em um mo­mento complicado. Quem tra­çar um cenário hoje está pisan­do no escuro”, avalia o superin­tendente comercial da BBV Corretora, Nami Tavares.